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19 de abr. de 2010

Bezerra da Silva


José Bezerra da Silva (Recife, 23 de fevereiro de 1927 — Rio de Janeiro, 17 de janeiro de 2005) foi um cantor, compositor  e violonista, percussionista e interprete brasileiro  dos gêneros musical Coco e Partido Alto, sub-gêneros do Samba. Considerado o embaixador dos morros e favelas, cantou sobre os problemas sociais encontrados dentro das comunidades, se apresentando no limite da marginalidade e da indústria musical, também é considerado um dos principais expoentes do samba do estilo partido alto.

Nordestino, desde a infância foi ligado à música e sempre "sentiu" que apresentava o dom de tocar, causando atritos com a família.

O pai, da Marinha Mercante, saiu de casa quando Bezerra era pequeno, vindo morar no Rio de Janeiro. Com isso, depois de ingressar e ser expulso da Marinha Mercante, descobriu o paradeiro do pai e veio atrás dele. Causando mais atritos com o pai, foi morar sozinho, no Morro do Cantagalo, trabalhando como pintor na construção civil. Juntamente, era instrumentista de percussão e logo entrou em um bloco carnavalesco, onde um dos componentes o levou para a Rádio Clube do Brasil, em 1950.

Durante sete anos viveu como mendigo nas ruas de Copacabana, onde tentou suicídio e foi "salvo" por um Santo da Umbanda, onde ele se tornou um praticante até ingressar numa Igreja Evangélica. A partir daí passou a atuar como compositor, instrumentista e cantor, gravando o primeiro compacto em 1969 e o primeiro LP seis anos depois.

Inicialmente gravou músicas sem sucesso. Mas a partir da série Partido Alto Nota 10 começou a encontrar o público. O repertório dos discos passou a ser abastecido por autores anônimos (alguns usando codinomes para preservar a clandestinidade) e Bezerra notabilizou-se por um estilo Sambandido (ou Gangsta Samba), precursor mesmo do Gangsta Rap norte-americano. Antes do Hip Hop brasileiro, ele passou a mostrar a sua realidade em músicas como: "Malandragem Dá um Tempo", "Sequestraram Minha Sogra", "Defunto Caguete", "Bicho Feroz", "Overdose de Cocada", "Malandro Não Vacila", "Meu Pirão Primeiro", "Lugar Macabro", "Piranha", "Pai Véio 171", "Candidato Caô Caô".

Em 1995 gravou pela Sony "Moreira da Silva, Bezerra da Silva e Dicró: Os Três Malandros In Concert", uma paródia ao show dos três tenores, Luciano Pavarotti, Plácido Domingo e José Carreras. O sambista virou livro em 1998, com "Bezerra da Silva - Produto do Morro", de Letícia Vianna.

Em 2001 retornou à fé evangélica através da Igreja Universal do Reino de Deus e em 2003 gravou o CD Caminho de Luz com músicas gospel. Em 2005, perto da morte, mas ainda demostrando plena atividade, participou de composições com Planet Hemp, O Rappa, Velhas Virgens e outros nomes de prestígio da Música Popular Brasileira.

Morreu em 2005, aos 77 anos de idade, perto de completar 78, eternizando-se no mundo do samba.

Morte

Bezerra morreu na manhã de segunda-feira, dia 17 de janeiro de 2005 aos 77 anos, depois de sofrer uma parada cardíaca. De acordo com o último boletim médico, a causa do óbito foi falência múltipla dos órgãos. O corpo de Bezerra foi velado no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. O sepultamento foi em uma terça-feira no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju.

Bezerra estava internado desde o dia 28 de outubro, no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital dos Servidores do Estado, Rio de Janeiro, com embolia pulmonar e pneumonia.

O curioso desta data é que Bezerra se auto-intitulava "o bom malandro", por isso quando morresse, queria que não fosse numa sexta-feira ou feriado, para não atrapalhar a praia dos amigos. E morreu numa segunda-feira - ou seja, depois do fim-de-semana e no dia 17 de janeiro, o primeiro mês do ano. 1 7 1.

Temas de músicas

Principais temas de suas músicas foram os problemas sociais dentro das comunidades, entre eles: a malandragem e ladrões à margem da lei, a maconha, e outras linguagens, dentre as quais, a de maior destaque, foi a condenação à caguetagem, ou delação. Esta temática se refere à uma das principais estratégias de sobrevivência de comunidades que vivem sob constante ameaça policial devido à criminalidade, onde o tráfico e as organizações criminosas locais exercem influência e medo àqueles que vivem nessas localidades ou que exercem sua cidadania solicitando a intervenção das autoridades, e que por isso são punidos e acusados de "delatores" pelos integrantes do tráfico. São numerosos os sambas de Bezerra da Silva que "condenam" de forma apológica os "dedo-duros".

Discografia

    * O Rei Do Côco (1976)
    * Partido Alto Nota 10 Bezerra e Genaro (1977)
    * Partido Alto Nota 10 Vol.2 - Bezerra e Seus Convidados (1979)
    * Partido Alto Nota 10 Vol.3 - Bezerra e Rey Jordão (1980)
    * Partido Muito Alto (1980)
    * Samba Partido e Outras Comidas (1981)
    * Bezerra e um Punhado de Bambas (1982)
    * Produto do Morro (1983)
    * É Esse Aí Que É o Homem (1984)
    * Malandro Rife (1985)
    * Alô Malandragem, Maloca o Flagrante (1986)
    * Justiça Social (1987)
    * Violência Gera Violência (1988)
    * Se Não Fosse o Samba (1989)
    * Eu não sou Santo (1990)
    * Partideiro da Pesada (1991)
    * Presidente Caô Caô (1992)
    * Cocada Boa (1993)
    * Bezerra, Moreira e Dicro - Os 3 Malandros In Concert (1995)
    * Contra O VERDADEIRO Canalha (Bambas Do Samba) (1995)
    * Meu Samba É Duro na Queda (1996)
    * Eu Tô de Pé (1998)
    * Provando e Comprovando sua Versatilidade (1998)
    * Bezerra da Silva: Ao Vivo (1999)
    * Malandro é Malandro e Mané é Mané (2000)
    * A Gíria é Cultura do Povo (2002)
    * Caminho de Luz (2003)
    * Pega Eu (2003)
    * Meu Bom Juiz (2003)
    * O Partido Alto do Samba (2004)
    * Série Maxximum - Bezerra da Silva (2005)
    * O Samba Malandro de Bezerra da Silva (2005)



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